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Hoje

  • Foto do escritor: Liah Santana
    Liah Santana
  • 22 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Me pego contando gotas de um tempo maciço

esperando o nada do amanhã,

um vazio,

um ecrã de sentimentos falsos

pendurados sobre os ombros já comidos

de tanto costurar.

Mas é inútil, é inútil.

Não da nem pra comparar

A voz gritando "Morra!"

e eu ouvindo "Porra! Vai logo funcionar!".


As engrenagens travam batalhas

e mais falhas são cortadas do mundão.

Pra eles quem manda, manda

e quem só vive que se foda,

Batendo cabeça na pia

para ver quem é que cria

esse tanto de boca pra alimentar.

Os dias já parecem horas

e dos meses faço nada além de contar

Mas é inútil, mais que inútil.

Ninguém ta vindo nos salvar.

O girassol agora é moda,

não se escuta mais os pássaros,

um dia corro até sua casa,

te apresento livros raros,

leio uma historia distante pra te distrair

da frustração de viver.


Mexo o corpo com carinho,

rebolando e sentando,

quicando e sarrando,

como diz a canção,

chamando seu nome de longe:

um uivo certeiro que assusta o rebanho

e trás para perto a alma

dos companheiros de caça.

Um dia somos nos na mata,

Nus como no banho de ervas faceiras

que fiz para me entender,

Buscando sorrisos

e estrelas cadentes de acido,

enquanto o flácido comando do capital

busca nossas peles pra casaco

e eu insisto, eu to um caco

nessa prisão de microbio safado

que beija a morte no maior afago

amantes malditos,

Mas um dia talvez...

Tentamos fugir,

imaginando galaxias banhadas em kumbayá

por onde pudéssemos nadar

e buscar um sentido pra a existência

sem o medo de falhar no teste escrito

do quão comprimido podemos ser

antes de morrer de tanto trabalhar.

Mas é inútil,

muito mas muito mais que inútil,

se não podermos esperar

anos talvez ou mais

para andar de novo nas ruas

e sentir um fútil raio de sol queimar

a carne de nossos lábios.


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