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Piscar

  • Foto do escritor: Liah Santana
    Liah Santana
  • 18 de fev. de 2020
  • 1 min de leitura

As vezes quando acordo, o véu da vida se desfaz por alguns segundos e posso ver o desconhecido. Olho em volta e não reconheço moveis, cores, luzes, nem mesmo minha imagem no espelho. Por um breve momento, deixo de ser garota e assumo o temido lugar de coisa do universo. Logo passa, lembro-me de não olhar de dentro e sim para fora de mim e o manto fino que abriga a realidade volta a me aquecer o espirito. Nem mesmo me lembro de esquecer essas manhãs, elas por si só se afundam em inconsciencia pura ao mesmo tempo que permanecem como sensação durante todo o dia. Sinto a água mais molhada, o calor do fogo mais dentro de cada poro da mão que acende o fosforo, o chão mais duro contra os pés descalços. Já sentiu o cheiro da sua pele profundamente no contato direto com o nariz? E a sensibilidade dos olhos cansados arderem de tanto olhar e se negarem, tristes, a se fechar na madrugada? Acordar no meio do mundo é assustador e incrivel, mas também comum. O que realmente rompe com o ordinario é existir sem pensar no tempo, isso sim deve ser igualmente surreal e mortificante.

 
 
 

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