Terminamos bem
- Liah Santana
- 21 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Lancei meu coração como uma granada de sentimentos complicados demais para te explicar agora. Ele se defendeu num reflexo desesperado de fuga, saindo com sorte nem mesmo arranhado nessa situação.
Se olhar bem, pode ver no meu peito o buraco profundo onde antes estava o órgão do amor, e se chegar realmente perto talvez escute o cronometro se esgotando para enfim eu descansar. O que posso fazer se não chorar? O fogo do isqueiro que acende esse beck frouxo que insisto em fumar me lembra a antiga chama que me mantinha viva.
Para os amigos eu era uma terrorista emocional desesperada mas eu juro que não escolhi ser assim, foram anos de decepções e perdas que construíram essa minha estrutura explosiva. O que eu tive que decidir é se me fechava e implodia em mim sem retorno ou gritava por ajuda com chance de machucar os outros. Egoísta como só eu, pus em risco tudo, para no fim descobrir que, na verdade, sou a unica que sai danificada.
Ele foi embora e ao mesmo tempo ta sempre perto me deixando louca sem saber como me desculpar pela sua tentativa suicida de me amar. Eu não tive coragem de avisar, minha esperança de ser tudo diferente me silenciava e eu não quis acreditar que novamente me tornaria prisão. Carinho e atenção me deixam assim sabe? Surda para as faíscas e ouvinte atenta para aquilo que me parece provar que tudo vai ficar bem. Pobre garoto que se faz de inocente, entrou sem querer no meio da minha luta interna e ainda por cima com a premissa de roubar de mim algo que já foi substituído a muito tempo pela tal bomba- relógio que não para de contar.
É ele ali, vindo na nossa direção. Finja que não te falei ta? Prefiro continuar o abraçando, por enquanto.
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