Sólida
- Liah Santana
- 18 de set. de 2018
- 1 min de leitura
Ela estava sozinha. Não com uma amiga ou no meio de um bosque. Sozinha no mundo mesmo. Todos conseguiam perceber em seus olhos, nem disfarçavam mais. Seu corpo alerta emanava uma falta de companhia. Foi triste o dia em que a viram passar pelos corredores: todos sorriam assustados esperando alguma expressão diferente ou frase que explicasse todo o vazio. Evidentemente, não durou a comoção. Alguém lembra seu nome? Eu já não sei mais. Pior ainda foi na festa. Te contaram? Ninguém percebeu! Sentada ali no meio, olhando em volta sem parar. Quem não a viu anteriormente podia achar que procurava um amigo ou esperava por alguém. Mas quem viria do céu ao qual destinava seu olhar? Nunca chegou a sua hora de falar. Se te dessem atenção disparava palavras soltas que em nada pareciam dialeto de gente real. Foi assim que conheci o amor da minha vida, a observando por horas no espelho e aceitando o que somos: invisíveis.
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