Fim
- Liah Santana
- 3 de jan. de 2018
- 1 min de leitura
Mais uma vez eu morri. Acordei já com a certeza de que é outro daqueles dias em que eu faleci dormindo, em que a vida foi embora e só me sobrou a carcassa quente e apatica. Nunca sei ao certo quanto demora pra renascer: as vezes um dia, as vezes uma semana. Nesse tempo a vontade incessante de perfurar minha pele e voltar a sentir algo me abraça o corpo. Ouço um grande silencio seguido de comandos em voz docil, todas as vezes dizendo para eu aceitar e encontrar meus iguais enquanto ha tempo. Sempre as ignoro e espero a volta a vida, sem animação, sem ansiedade, sem sentir. Hoje resolvi escuta-las com o mesmo carinho. Coitadas! Somente elas conseguem fazer fluir minha arte e eu as tratando como descartaveis. Não arranquei minha pele nem tomei outro liquido mortifero, somente as deixei livre para encherem minha mente com suas infinitas ideias, como uma boa morte deve ser.




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