Carta parà imagem
- Liah Santana
- 11 de dez. de 2016
- 1 min de leitura
Nárnia, VIII de Janeiro de um ano qualquer.
Querida,
Espero que não seja tarde para lhe escrever algo. Tanto tempo pintando seus traços, a construindo pouco a pouco ao meu redor, mas sem transcrever o que sinto. Não espero que responda, pois hoje somos distantes e suas camadas são grossas demais para permitir que me passe alguma informação. Te vejo, cada traço da sua feição esta comigo, mas me surpreende nunca ter escrito nem que fosse uma descrição física romantizada de sua beleza ou um desabafo irritado de sua teimosia em não se saber como perfeita. Seus traços são sim fora do padrão e suas cores foram distribuídas de forma nada homogênea para que todos possam admirar sua composição reajustada. Mas mesmo olhando cada detalhe, das gotas de tinta escorridas de seus olhos até a obra completa, ninguém mais enxerga nas entrelinhas do contorno para te entender. Pintei você para ser só um pouco minha, não me iludo em pensar que a imagem mais profunda e escondida em tentativas de ajuste fosse me pertencer por completo. Um dia volte a cobrir meus olhos com suas nuances de algo incompreensível.
Um beijo distante de fumaça para não te manchar,
Eterna Admiradora.
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