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Êxtase

  • Liah
  • 16 de mar. de 2015
  • 1 min de leitura

Elas tremem e se entrelaçam em movimentos familiares. A primeira que vejo é a que segura-se na janela. Seu olhar esta distante, vazio, como se não estivesse lá. Tento decifrar leves balbucios que saem de seus lábios, mas acho não terem um sentido completo. Ela é imprensada cada vez mais forte contra o vidro e parece gostar disso, pois quase sinto seus suspiros. Ela é a que mais treme, será frio ou o calor do momento? Observo agora a segunda, mal vejo seu rosto, mas sei que não esta como o da primeira. Ela devora lentamente seus beijos, e a aperta, como se a solta-se, ela não voltaria. Abaixa-se, e a levanta como se ela fosse uma fada que tem medo de voar. As duas transparecem desejo e medo, até que chegam ao fim de sua cena, e ficam lá, como se o tempo congela-se e só suas respirações próximas continuassem a prosperar. Não consigo ler seus olhos, parecem compreender-se somente entre si e não aceitar intrusos. Volto-me, então, a minha realidade e percebo que o professor já saiu da sala, então prendo meu cabelo em coque, pego minha bolsa e sigo para a próxima aula.

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