Sarjeta

Me perdi em uma das áreas do Tempo.

O Amor, que começou me enchendo o coração,

Hoje é a droga,

que me corrói de dentro pra fora.

Essa substancia intocável,

Que parece tão libertadora num momento

E que ao distanciar-se da minha boca

Me deixa caída e enjoada demais para viver.

Exatamente como uma droga,

Dessas ilícitas por medo do descontrole,

Eu me viciei a um ser

E toda vez que entro em abstinência,

Vendo minha alma

E arranco do peito o coração

Para obter um pouco mais.

Onde ficaram todos aqueles detalhes,

quase bordados a mão,

que me faziam tão feliz?

O Tempo, traficante de sentimentos,

Me cobrou mais do que posso pagar

E tomou a força tudo o que podia tomar

Me deixando pobre de espirito

E desnutrida de sentidos demais para viver.