Escola ou Colégio?

Meu coração quase sai pelo nariz quando ouvi chamarem o meu nome. “Respira fundo e vai dar tudo certo” falo em um pensamento tão baixo que nem eu me ouço. Chego na frente da enorme sala cubica, onde só cabem quarenta pessoas e nem mais um percevejo. Passo dez minutos tentando encaixar o pen drive para então descobrir que estava de cabeça para baixo, paro, respiro e abro o trabalho.

Minhas amigas trabalhisticas falam primeiro. Enquanto isso, tento usar aquela técnica fajuta de imaginar todos nus, oque é obvio, só me deixou menos confortável ainda. Não é que eu fique desconfortável em ver pessoas nuas, não mesmo, mas imaginar que todos estão livremente despidos e eu com essa farda fechada do pescoço aos pés me parece sufocador. Me igualar na nudez seria um tanto inútil por estarmos todos igualmente vestidos também, ou seja, não mudaria muita coisa. Penso então que estou sozinha, diva, nua e maravilhosa falando, pois assim, ninguém estaria ligando para oque eu falasse e sim em como é o formato dos meus seios. Só tem um problema: eu não sou diva e maravilhosa nua! Mas pra isso serve a imaginação.

Chegou minha vez, peguei folego, pisquei algumas vezes e soltei: “Errrr...” parei por ai minha fala e cochichei no ouvido da minha amiga que não ia rolar. A apresentação terminou e eu me sentei no meu lugar. Desliguei o modo nua da mente e liguei o modo invisível de sempre.